Um dos grandes problemas do trabalho (e do consumo de conteúdo) nas redes sociais é a constante comparação em que podemos nos colocar. Todos parecem ser melhores e mais felizes que nós, e não por uma pequena margem; nossa vida se torna insossa e sem sentido quando comparada às vidas extraordinárias que vemos na internet.
O professor Jordan Peterson fala sobre isso em seu livro 12 Regras Para a Vida. Ele conta como, há algumas décadas atrás, nosso critério de comparação era nossos parentes e vizinhos.
Nessa época, todos poderiam ser estimados por serem bons em alguma coisa. Sua mãe poderia ser a melhor cozinheira da família. Seu pai poderia ser a pessoa que os vizinhos chamavam quando precisavam de algum reparo em casa. Seu irmão poderia ser o melhor da rua no futebol enquanto você poderia ser o mais estudioso da sua classe.
Buscar ser melhor no que fazemos é algo saudável e desejável. O problema é que as redes sociais tornaram o nosso parâmetro de comparação absurdamente alto. Você abre o Instagram e, em menos de cinco minutos, vê pessoas incrivelmente ricas, inteligentes, fortes, bonitas e bem-sucedidas, em níveis praticamente impossíveis de se alcançar.
Daí surge a maldita armadilha da comparação. Você começa a pensar: “Por que ir para a academia? Nunca vou ser tão bonito/forte quanto fulano.”; “Por que começar um negócio? Não sou criativo e produtivo como sicrano.”
Não percebemos que só enxergamos uma fatia cuidadosamente selecionada da vida dessas pessoas. Comparamos o melhor do outro com o nosso pior e concluímos que nascemos para o fracasso.
Não é à toa que somos uma geração insegura e ansiosa.
Sabendo disso, Jordan Peterson escreveu a seguinte regra (a 4ª de seu livro):
Compare a si mesmo com quem você foi ontem, não com quem outra pessoa é hoje.
Ele nos orienta a termos cuidado ao nos compararmos com os outros. Vivemos situações de vida particulares e específicas, que precisam ser levadas em consideração. Por exemplo, você pode estar se condenando por não ser tão produtivo quanto fulano, mas esquece de considerar que não consegue isso pois precisa cuidar de sua avó doente todos os dias.
Faça este exercício: o quanto você mudou em comparação ao mês passado? E ao ano passado? Aposto que muito. É só fazer essa reflexão para perceber que sua vida não é o fracasso que imaginou; você continua avançando e crescendo, dentro das suas circunstâncias e possibilidades.
Essa deve ser a sua régua de comparação, e não os perfis que você segue no Instagram.